Para uma criança que mal sabia falar , esta era a expressão ouvida numa noite de verão ,logo depois da praia : NONOCA!!!

Para uma criança que mal sabia falar , esta era a expressão ouvida numa noite de verão ,logo depois da praia : NONOCA!!!

Uma lembrança que marcou minha vida de pai. Minha filha não tinha ainda dois anos e meio de idade e não sabia ainda se expressar direito, muito menos explicar sua aflição sobre a NONOCA.

Aquela sua noite cheia de aventuras gerou um enigma!

Fomos à praia , no bairro da Praia Deserta, em São Sebastião,litoral norte de São Paulo, para caçar siri, tamburutacas e o que desse e ela se divertiu muito. Brincamos de carregá-la nos ombros. Amigos, meninos e meninas maiores brincaram de correr na praia com ela. Todos com baldes para caçar siris, guruçás e tamburutacas . Foi tudo muito rápido, num meio de semana, no final de dia, já de noite e ela ficou encantada e excitada com tanta agitação. 
Contudo, ao chegar,em casa, já no último andar do prédio, antes do último degrau , prestes a abrir a porta do apartamento , começou a gritar: NONOCA, NONOCA, NONOCA, papai...

Não somente eu fiquei encafifado com aquilo e me deu aquele querer desesperador de decifrar aquilo, ou seja, adivinhar o quê seria NONOCA. 

Teria ela perdido algo??? Será que ela gostaria de voltar lá por causa da NONOCA? 

-Peixe? Minhoca? Siri? Tamburutaca? Guruçá? Areia ? Balde? Baldinho? Brinquedo?

-Não, papai, NONOOOOCA. NONOCA, papai... Repetia , a cada vez que perguntava, já meio tristinha.

Ainda tentei saber ou adivinhar, mas o que dava mais dó era da carinha dela que não conseguia se fazer entender...

Nunca saberei o quê seria NONOCA! Quem sabe?! 
Quem sabe, quem sabe,  um dia!?