PRECE CONSTANTE QUE CONFORTA

por CorujaJF
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Prece constante que conforta 

 

Aquela criança que aprendera acenar vem à mente 

Lá do outro lado do parque, com um baldinho nas mãos

Guiado por uma senhora que  bem olhava, cuidava

Orava toda noite para cada doente que  lembrara

 

Cada pedinte que via , aquela senhora acenava com a cabeça

Assim , também, faziam as crianças que olhava

Parques, escolas, ruas e avenidas

Oravam todas as noites, aquelas crianças em repetição 

 

Cada injustiça que ouvia 

A senhora pedia para que as bocas se calassem

Que perdões se espalhassem e ouvidos maledicentes não escutassem

Acenava com mãos e cabeça , do outro lado da calçada

 

Cada cabelo branco que nascia 

Uma criança formada na sua vida

Na escola, nos ofícios e formando famílias 

A senhora acenava do outro lado da avenida, não mais reconhecida pelos doutores...

 

Com cabelos bem brancos

Pedia apenas conforto para seus  pés

Pedia conforto para os moribundos

Para os enfermos de partida para o lado de lá 

 

Do lado de lá , muitos se encontraram

Alguns não compreendiam aquela breve passagem ocorrida

A senhora, contudo, reconhecia antigas crianças crescidas

Acenando do outro lado do lago, do gramado,  atrás de uma morada de cristal, ali numa nuvem ... 

 

Continuava pedindo que eles se lembrassem da inocência

Que as doenças não existissem

Que o vigor do Espírito , ora renovado , vencesse tudo 

Que a memória voltasse para o resgate

Deu conforto na primeira hora, na vida, no leito de morte e com sorte reencontrou seus infantes no além 

 

Lá do outro lado da cama , lá estava tal senhora brilhante  , orando e acenando com os olhos e desejo de bem... 

Continuaria sua meta  , agora, em dois mundos,  ministraria  luzes aos saudáveis e doentes... 

 

Um conforto saber que crianças, enfermos e moribundos terão sempre a quem copiar, aprender e pedir 

Basta que lembrem dos gestos e acenos - em qualquer lugar - da bela senhora cuidadora ... 

Peça à imagem desta ou daquela senhora que lhe veio à mente 

O coração se abrirá; a cura virá na carne ou no Espírito , aqui, lá ou acolá... 

 

Amém 

 

 

 

Abraços do 

 

CORUJAJF 

 

Juiz de Fora, 04 de janeiro de 2018

 

João Carlos de Souza Lima Figueiredo