Nasci um pingo d'água
- por CorujaJF
Nasci um pingo d'água
Nasci um pingo d'água e deslizei a
Encontrar outros de chuva para irmanar
Aglomerando em remansos, imaginei ...
Sorriso e alegria incontida a borbulhar
Nasci um pingo d'água e deslizei a
Encontrar outros de chuva para irmanar
Aglomerando em remansos, imaginei ...
Sorriso e alegria incontida a borbulhar
Outros vieram juntos ...
Lagos formaram sem diques em amizades
Multidões de outros tantos fomos encontrando
Diques fomos fazendo e nos escondendo da saudade
Em represas que montamos o mal da idade
Aguar, fluir , evaporar...
Felicidade destrancada, sem mais represas a nos conter
Espalhamos todos em corredeiras, a procurar o mar
Alguns foram ser poças, outros criaram rios, riachos e ribeirões
Um ou outro a cachoeirar , sem medo de encontrar o chão
Do mar , do rio , da poça , da lagoa ou piscina
Evaporamos leves de corações em pingos vermelhos
Subimos de novo , descendo pesados em repetição
Encarnamos nas tormentas rolantes , moldando os seixos da lida
Fomos para suas torneiras ...
Contornando e erodindo , desgastamos sem sono e sem sonho
Da limpidez , luzindo o brilho aquoso que dá conforto fino
A batizar novos amigos que esperam naquela nuvem
O alegre despertar, a gotejar num som de harpa ou sino
Sinto que desgrudamos dos diques juntos e arrebentamos
As barreiras das represas, não mais nos guardamos
Desprendemos de tudo e ficamos livres e mansos
Reunidos na felicidade da chuva , do sereno de um belo sonho
Guardarmos em diques ou represar , a esconder o pesadelo
Soltamos todas as amarras e deixamos o fluir sem medo
Viemos para aguar , molhar e evaporar incessantemente
Até o momento que a sede do outro passar e algum outro pingo vier para tomar o nosso lugar.
IBITIPOCA, 22 DE AGOSTO DE 2013
Abraços do CORUJAJF
JOÃO CARLOS DE SOUZA LMIA FIGUEIREDO