Belmiro Braga

por CorujaJF

Da Fazenda da Reserva
Lá mesmo de Vargem Grande
Poeta que não se enverga
Belmiro Braga, o Grande

O bom João De Deus Mineiro
Ligado ao trecho e caminho
Bem jovial e faceiro
Poesias em pergaminho 

De tom crítico e satírico
A quem falava demais
Fosse juiz ou político
Numa Inglaterra sem cais

O Versejador mordaz
Daí seu veio poético
Seu avô materno, assaz
Rouxinol Mineiro estético

Cotegipe o contemplou
Comércio em estação
Até ir pronde voou
Carangola até nação

As boas Tardes Floridas
Cantos, Contas, Meu Rosário
Por grinaldas e redondilhas
Flores, Rosas e Apiário

Montesinas, o seu livro
Primevo de tantos outros
Que ao recordar não me livro
Encantando aqui e aos Mouros

Com a vida brutalizada
Voltava para sua Meca
Em perene infância amada
Reserva, vida repleta

Plácido lugar do espírito
Do lugar Belmiro Braga
A esquecer Homem crítico
Vida aquela que nos flagra

Amigos de Juiz de Fora
Sempre lhe pediam versos
Sendo de dentro ou de fora
Não de poetas incertos

Diga o Jornal do Commercio
O quanto ilustrou os bons
Os maus e o bobo néscio
Quadrinhas em cor e tons

Sempre disposto a versar
Pela tônica bem posta
Trovador a poetar
Levando de costa a costa

Não sucumbiria a nada
Subversão dos modernos?
Para o mundo ou para cada
Lendo voos subalternos

Um trovador foi poeta
Escritor de toda sorte
Testamento de exegeta
Sempre poema de porte

Homem sério com uma alma
Desdobrada em caminhos
Trechos e sítios da calma
A buscar infância em ninhos

A Vida de morte incerta
Tampouco lhe seduziu
Escreveu de forma certa
A lida que o abduziu

De Mil Oitocentos e Setenta e Dois
Até o ano de Trinta e Sete
Fez tudo, ora , pois , pois
Sem sequer pintar o sete

Viveu d'alma sem burrice
E relatou vida santa
Da boa Dona Clarice
Um pérola que encanta

Do trecho ao cotidiano
Dos caminhos ao satírico
Vendo homem leviano
E mulher santa de espírito

Temos um Belmiro Braga
O suficiente e pleno
Poeta que aqui nos crava
Local: poeta sereno

08 de maio de 2017