GIRAFAS, ELEFANTES, CAMELOS, ABELHAS, MARGARIDAS, ROSAS, ÁRVORES E CRIANÇAS ...

por CorujaJF

Em certa medida da vida, esta não se mede por massa, força, peso , nem mesmo por idade, mais seria por intensidade. Não medida por tempo,porque é o espaço que caminha, sem densidade. Os espaços entre lembranças caminham, pelas memórias dos outros que escutamos ou lemos e, hoje, vendo e ouvindo, ao mesmo tempo, aquilo que nasce, vive e morre, por telas e telinhas, do outro lado de um mundo gigantesco que ficou pequeno...

Em certa medida da vida, esta não se mede por massa, força, peso , nem mesmo por idade, mais seria por intensidade. Não medida por tempo,porque é o espaço que caminha, sem densidade. Os espaços entre lembranças caminham, pelas memórias dos outros que escutamos ou lemos e, hoje, vendo e ouvindo, ao mesmo tempo, aquilo que nasce, vive e morre, por telas e telinhas, do outro lado de um mundo gigantesco que ficou pequeno.

Não existem mais circos com animais e daqui a pouco não existirão mais Zoológicos e os poucos animais selvagens que restarão, em seus habitats, não serão preservados mais, porque a caça não será controlada o suficiente para que resistam vivos e para que se perpetuem. As crianças do futuro não saberão qual é o som da girafa e imaginarão que gritava, não que só murmurava abafadamente, por um som de vídeo game. Não terão a imagem vívida da alta elegância, de salto alto e livro na cabeça, tampouco dos cílios femininos nos olhos grandes gateados, inigualáveis em todo o reino animal.

E aquela calma maravilhosa paquiderme, serena, com fortaleza dócil e selvagem, caminhando em câmera lenta com leveza, de memória prestigiosa, uma delicadeza ao pisar sua enorme tonelada. Silhueta que cobre um sol se pondo nas savanas e faz o mundo girar devagar com um belo reflexo, tal qual uma miragem, espelhando o que seja o devagar, num tempo para reflexão,enquanto havia um momento para a lentidão.

Camelos com suas patas surreais nas areias quentes, reservatórios de água e paciência! Abelhas com parcimônia no colher o pólen, ziguezagueando para mostrar o caminho do sol e das flores para as companheiras, num solo de dança, estimulando os voos e coreografias para um futuro mel.

Rosas e margaridas. Árvores e crianças. Imagens de vida que mostram o tempo parado. O espaço realmente é que caminha na tela mental de mais um adulto feliz. Adulto que somente será e ponto. Pronto para o que foi. Não será jamais infeliz.

Adulto que aprendeu tudo quando era criança e hoje é tolhido por outros seres de ensinar o real, porque novamente o mundo se radicalizou. Crianças que não saberão que um animal e uma flor fazem parte do mundo vivo real e que o mundo virtual afastou a humanidade do coração. Não filosofam na lógica da natureza e aprendem o que não se ensinou para ninguém; nem Mestres do passado aceitariam a aprender o que ensinam, ainda que somente para não serem chamados de falsos sábios ou falsos profetas.

Sábios se recusariam a ligar esta lâmpada que acende o negro das trevas.

Novas luzes se fizeram nos olhos dos cidadãos, já não mais comtantas saudades, mas com a felicidade de um mundo novamente em reconstrução ... O futuro chegara novamente, vindo diretamente do passado, agora, avante e adiante... Uma esperança que caminha num novo florescer de vidas e que foram salvas em boa hora.

E o avô, sentado na beirada da cama, termina a estória e o neto pergunta:

- E depois?

Avô responde:

- Estava na hora daquele homem, que contara esta estória para os cidadãos, ir embora daquela pequena vila. Um mundo relatado, já esquecido, relembrado e agora vivido de novo... Hora de retornar para a estrada, novas caminhadas!

E o neto perguntara novamente:

- E depois?

E o avô mais uma vez responde:

- O homem continuou andando ...

 

O HOMEM CONTINUOU ANDANDO (NÚMERO XXXVIII)


Juiz de Fora

Dia 02 de outubro de 2017

JOÃO CARLOS DE SOUZA LIMA FIGUEIREDO

CORUJAJF